"Estávamos à espera que fosse o Quintana e mais dez, mas ele não correspondeu às expectativas."
Este poderia ser o epitáfio de uma carreira, cravado por um impiedoso cinzel na face de um triste e cinzento mausoléu futebolístico. Na verdade, até foi - porém metafóricamente.
As palavras proferidas pelo então líder do Moreirense, Vítor Magalhães, embora comuns no contexto-cautchú, revelaram-se como uma perfeita resenha da carreira do paraguaio em Portugal. Aliás, se a vida do Victor desse um livro, seria daqueles resumos amarelos que o pessoal usava no secundário para não ter que passar pela tormenta de ler os Maias ou os Lusíadas por inteiro. Aqueles que tinham apenas meia dúzia de páginas com um par de tópicos.
Estimo desassombradamente que o livrito do Quintana teria uma solitária página apenas, com a deprimente frase do Magalhães pintada a tons dourados.
Abrir aspas, introduzir epitáfio, fechar aspas.
E assim se enterra uma carreira outrora promissora.
Porém, a demanda do Victor por solo Europeu não começou pelo dantesco vilarejo de Moreira de Cónegos, onde quer que isso seja.
Ao invés, o combativo jugador aterrou no Sá Carneiro para representar um clube na ressaca de um histórico pentacampeonato e na antecâmara de uma não-menos-histórica conquista Europeia. Infelizmente para o paraguaio - e felizmente para o referido clube - a sua época de estreia acertou precisamente entre ambas as efemérides. Basicamente, o que o Quintana fez, foi o equivalente a ir aos vestiários de um concurso Miss Mundo, encontrar 110 modelos bêbedas e/ou drogadas, e só conseguir sair de lá de braço dado com um travesti anão e cego de um olho. Tough luck.
Na verdade, o próprio Victor era a versão futeboleira de um travesti anão e cego de um olho. No mínimo, era cego de ambos os pés e liliputiano em talento, mas a parte do travesti ainda está por ser provada, apesar daquele sexy sinal carnudo ligeiramente acima do lábio superior. Como uma ex-modelo: Cindy Crawford, nem mais.
Da passerelle ao relvado, relativamente às façanhas do jogador cuja alcunha ("O Animal") o descrevia na perfeição, não há muito a dizer. Caberiam na parte de trás de uma carteirinha de fósforos, juntamente com o total de golos que o Pavlin apontou com a camisola azul-e-branca e com os números de telemóvel das miúdas que o Esquerdinha sacava no Tomate e no Via Rápida às quintas-feiras à noite.
Mas lá que o gajo puxava dumas melodias suculentas com a sua big trombone band, lá isso puxava.
2 comentários:
Façam nova rúbrica ao twitter do Gaby que ele merece!
Na 3ª foto o Quintana parece ser o resultado do cruzamento entre o Emplastro e o Tomás Costa.
Ah, votei nos vossos textos, na Pollga que está ali no flanco direito, apesar de a opção que refere o Loinaz e o Draskovic ser bem tentadora.
Que este blog continue tão pujante como os balázios do Dinda.
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